Bandai Namco inicia processo de demissões após cancelar jogos
A Bandai Namco, gigante do setor de jogos eletrônicos, está sob os holofotes após a divulgação de práticas controversas para redução de seu quadro de funcionários. Informações reveladas recentemente apontam que a empresa japonesa tem utilizado “salas de expulsão” como estratégia para incentivar demissões por parte dos empregados.
Funcionamento das salas de expulsão
Segundo relatos, mais de 200 colaboradores foram realocados para salas quase vazias dentro da empresa, onde passam seus dias sem tarefas especificadas. Essa prática, famosa no contexto corporativo japonês, é projetada para pressionar os funcionários a buscar novas oportunidades fora da companhia, em vez de aguardar demissões formais que resultariam no pagamento de indenizações. A estratégia está em voga desde abril deste ano, e cerca de 100 funcionários já optaram por sair da Bandai Namco.
O movimento ocorre em um contexto de ajustes econômicos difíceis para a Bandai Namco. O boom de consumo durante a pandemia do COVID-19 gerou um pico momentâneo que, agora, parece estar refluindo. O setor de jogos eletrônicos tem enfrentado uma retração na quantidade de tempo que os usuários dedicam aos jogos, consequência direta do retorno à rotina presencial na vida pós-pandêmica. Para a Bandai Namco, esta queda está particularmente evidente nos segmentos de jogos para smartphones e plataformas online, onde a demanda vem caindo significativamente.
Impacto financeiro na Bandai Namco
Frente a essas mudanças, a empresa de entretenimento registra uma necessidade urgente de readequar sua estratégia e linha de produtos. Este redesenho precipitou uma baixa contábil de ¥ 21 bilhões — o equivalente a cerca de US$ 141 milhões — nos três últimos trimestres do ano fiscal encerrado em dezembro. A exigência por ajustes rápidos eleva a pressão por cortes de custos, o que, segundo analistas, está diretamente ligado às polêmicas “salas de expulsão”.
Embora a prática não seja ilegal, o uso de salas de expulsão tem gerado críticas quanto à ética empresarial da Bandai Namco. Esses espaços são muitas vezes concebidos para contornar regulamentações trabalhistas ao criar um ambiente desfavorável, levando os funcionários a deixarem voluntariamente seus postos em busca de outras oportunidades. Críticos argumentam sobre os impactos psicológicos e emocionais que tais medidas podem causar nos colaboradores.